SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

CNPJ/MF nº 60.517.984/0001-04
Fundação: 25 de janeiro de 1930
Apelidos: O Mais Querido, Clube da Fé, SPFC, Tricolor Paulista.
Esquadrão de Aço (30-35), Tigres da Floresta (30-35), Rolo Compressor (38-39, 43-49), Tricolor do Canindé (44-56), Rei da Brasilidade (50-60), Tricolor do Morumbi (60-), Máquina Tricolor (80/81), Tricolaço (80/81), Menudos do Morumbi (85-89), Máquina Mortífera (92/93), Expressinho Tricolor (94), Time de Guerreiros (2005), Soberano (2008), Jason (08-09), Exército da Salvação (2017), O Mais Popular (2023), Campeão de Tudo (2024).
Mascote: São Paulo, o santo.
Lema: Pro São Paulo FC Fiant Eximia (Em prol do São Paulo FC façam o melhor).
Endereço: Pr. Roberto Gomes Pedrosa, 1. Morumbi; São Paulo - SP. CEP: 05653-070.
Site Oficial: www.saopaulofc.net
E-mail: site@saopaulofc.net
Telefone: (55-0xx11) 3749-8000. Fax: 3742-7272.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Fundação e Refundação.

O São Paulo Futebol Clube, fundado na cidade de São Paulo, onde tem foro e sede, em 16 de dezembro de 1935, preservador das glórias e tradições do São Paulo Futebol Clube, da Floresta, o qual foi fundado em 25 de janeiro de 1930 e extinto em 14 de maio de 1935, é uma Entidade de Prática Desportiva, constituída na forma de associação civil sem fins econômicos com prazo de duração indeterminado e que tem total autonomia de organização e funcionamento, de conformidade com o inciso I do artigo 217 da Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 05/10/1988.

O São Paulo Futebol Clube tem por objetivo promover, desenvolver, difundir e aprimorar o desporto em todas as suas modalidades, em particular o futebol, formando atletas em todas as suas categorias, visando a participação em competições profissionais ou não profissionais, nos níveis municipal, estadual, nacional e internacional.

O São Paulo Futebol Clube também tem por objetivo promover, desenvolver, difundir e aprimorar a cultura nas suas mais diferentes modalidades.

O São Paulo Futebol Clube possui personalidade jurídica distinta da de seus associados, que não respondem solidária ou subsidiariamente pelas obrigações por ele assumidas. O dia 25 de janeiro é considerado data magna do São Paulo Futebol Clube, em homenagem à primeira partida oficial de futebol do Clube.

Resumo oficial do clube de acordo com o publicado no balanço oficial

Oficialmente está claro. Pelo estatuto do clube, o São Paulo Futebol Clube foi fundado em 16 de dezembro de 1935 pelos seguintes digníssimos:

Manoel do Carmo Meca, Carlos A. Azevedo Salles Jr, Cid Mattos Viana, Deocleciano Dantas de Freitas, Dorival Gomes dos Santos, Eduardo Oliveira Pirajá, Éolo Campos, Francisco Bastos, Francisco Pereira Carneiro, Francisco Ribeiro Carril, Frederico Antônio Germano Menzen, Izidoro Narvais Caro, Manoel Arruda Nascimento, Porphyrio da Paz, Sebastião Gouvêa.

Ao todo quinze homens que não deixaram o sonho do clube bandeirante se apagar ao se reunirem no escritório do advogado Silvio Freire, na Rua Onze de Agosto – atual Praça da Sé -, para perpetuarem o nascimento de um novo Tricolor.

O Clube Atlético Paulistano

Novo Tricolor?

Sim, eis o motivo deste artigo. Realmente a história do São Paulo Futebol Clube remonta ao tempo do nascimento do próprio futebol no Brasil, mais precisamente ao último ano do século XIX com a fundação do Clube Atlético Paulistano (29/12/1900), tradicional clube da Rua da Consolação, onde se localizava seu estádio, o Velódromo. Existe até hoje no Jardim América, zona nobre da capital paulista (parafraseando Conrado Giacomini: é o segundo clube mais chique da cidade), e antes de maiores correlações com o clube de fato mais importante, vamos um pouco à sua história:

Renato Miranda, Olavo de Barros e Silvio Penteado presenciaram no Colégio Mackenzie à uma partida da Associação Atlética Mackenzie College contra o Sport Club Internacional (atenção a este nome, você ainda o verá mais para diante). Fascinados pelo esporte, se mobilizaram na criação de um novo clube de futebol que fosse para brasileiros e que tivesse a cara de São Paulo.

Na Rua São Bento, nº 5, foi selado o surgimento do maior time brasileiro do período amadorístico de nosso futebol. Ao todo foram 11 campeonatos paulistas conquistados (contra 7 do principal rival à época), sendo 4 deles de modo consecutivo – algo jamais repetido –, um torneio interestadual (o primeiro a ser realizado), além da alcunha de “Le Rois du football”, ganha em homenagem dos franceses após uma excursão (nove vitórias em dez jogos) à Europa na década de 20 – a primeira de um clube nacional.

Mas os tempos mudam... Veio a era do profissionalismo e com isso “O Mais Querido” encerra suas atividades neste tipo de futebol em 1929 por discordar deste caminho trilhado. Todavia, certo era que nem todos os seus integrantes aceitaram esta disposição – principalmente os jogadores –, algo precisava ser feito!

Neste ponto da história é preciso apresentar uma nova personagem.

A Associação Atlética das Palmeiras.

Fundado em 1902 e sediado inicialmente na Avenida Angélica, o clube abrigava as principais famílias da cidade. Participou pela primeira vez do Campeonato Paulista em 1904, sendo vencedor do certame por três vezes: 1909, 1910 e 1915. Com o crescimento da cidade e conseqüente diminuição das várzeas onde era praticado o futebol, o clube se muda para a Chácara da Floresta – de antiga propriedade do finado Clube de Regatas São Paulo, no bairro da Ponte Grande, hoje parte do Bom Retiro.

Porém, acirradas disputas entre federações e o debate amadorismo x profissionalismo afetaram as finanças do clube. Estamos então nos idos de 1929, começo de 1930. De um lado um time de futebol sem clube, de outro, um clube de futebol, ainda que com time, cheio de dívidas e a vias da extinção. Solução ideal: fusão.

Os dois clubes já possuíam ligações estreitas de longa data. Em 1905, oito jogadores do campeão Paulistano deixaram o clube e foram encampar o quadro da Atlética. Já em 1916, quando o Velódromo do alvirubro fora vendido, as arquibancadas do estádio foram deslocadas para o campo do alvinegro, a Floresta – tornando-o a maior praça esportiva da cidade naquele momento. Outro fator importante é que ambos os clubes sempre foram parceiros nas decisões políticas dentro das federações.

O São Paulo Futebol Clube.

Então 60 ex-paulistanos, inclusive jogadores campeões paulistas de 1929, acertaram a união esportiva com o detentor do melhor campo de futebol da época. Nascimento perfeito. Tudo estava preparado para ser concluído no dia da fundação da cidade de São Paulo, entretanto os estatutos não ficaram prontos dentro do prazo, e somente no dia 26 de janeiro foi assinada a ata de fundação do clube, ocorrida na Praça da República, nº 28. Edgard de Souza foi proclamado o primeiro presidente do São Paulo Futebol Clube.

Conservando as tradições do passado, o uniforme do novo clube estamparia as faixas vermelhas e pretas em homenagem aos dois clubes fundadores. O distintivo foi desenhado pelo estilista alemão Walter Ostrich, com a colaboração de Firmiano de Morais Pinto Filho, um dos presentes à fundação.

Em termos de conquista, o São Paulo Futebol Clube venceu o Campeonato Paulista de 1931, logo em seu segundo ano de disputa, e foi vice em 1930, 1932, 1933 e 1934. Tendo sido também vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1933. Ou seja, durante sua existência, sempre esteve no topo do futebol local, feito extraordinário para uma equipe recém fundada, porém, algo absolutamente normal para as tradições herdadas.

Por este grande time passaram alguns dos maiores craques do período amador de nosso futebol, com destaque absoluto para Friedenreich, todo modo não se deve esquecer também de Formiga, Araken Patuska, Luizinho e Waldemar de Brito. Estes anos ficaram marcados como o “Esquadrão de Aço”.

O Clube de Regatas Tietê-São Paulo

Erros são os combustíveis que levam os homens ao acerto. Exemplo maior disso foi um grave cometido pelo clube em 1934, quando comprara uma suntuosa sede na Rua Conselheiro Crispiniano, um pequeno palácio conhecido como “Trocadero”, ao custo de 190 contos de réis. A dívida não pôde ser saldada e a solução encontrada foi a fusão com o Clube de Regatas Tietê (sucessor daquele citado anteriormente Clube de Regatas São Paulo e fundado em 06 de junho de 1907).

O CR Tietê assumiria os bens do clube – todo e qualquer patrimônio físico, com o dever de quitar os créditos do clube. Já o São Paulo Futebol Clube estaria proibido de vincular sua marca, distintivo e uniforme ao novo clube resultante que se chamaria Tietê-São Paulo. Acertos concluídos, o São Paulo Futebol Clube foi extinto no dia 14 de maio de 1935 e desfiliado da APEA em seguida. Oficialmente o clube agora era Tietê-São Paulo.

Cabe dizer que o clube não faliu! Tudo isto fora justamente um acordo (dentro dos trâmites da lei) para que os responsáveis legais do antigo clube não sofressem sanções jurídicas e para evitar que o clube propriamente falisse! Maior fato expoente disto é que o próprio CR Tietê aceitou ter seu nome alterado, não fosse uma fusão e sim uma aquisição, ele não seria obrigado a isto.

O Independente Esporte Clube.

Vida segue, o Paulista de 1935 estava prestes a acontecer em meio a uma nova ruptura das ligas e o Tietê-São Paulo decide por bem alterar seu nome para este certame, passando a se chamar Independente Esporte Clube.

Após dois jogos (16/06/1935 Jardim América 1 x 0 Independente e 07/07/1935 São Caetano EC 4 x 3 Independente) a equipe é desclassificada pela APEA de seu quadro de filiados (não fora eliminada da competição por critérios técnicos, que estava em seu início ainda) e encerra seu departamento de futebol profissional. Seus jogadores partiram então para outros clubes, como o Clube Atlético Estudantes de São Paulo. Em seguida volta a se chamar novamente Tietê-São Paulo, nome que manteve até 1940, quando o altera novamente para o atual Clube de Regatas Tietê.

O Clube Atlético São Paulo.

Logo após a fusão com o Tietê os mesmos obstinados que deram à luz ao São Paulo Futebol Clube formaram o Grêmio Tricolor. O objetivo, era manter vivo o futebol da velha "família paulistana". E conseguiram. Em 4 de junho de 1935, 235 antigos sócios do São Paulo, inconformados com a fusão Tietê-São Paulo, fundam o Clube Atlético São Paulo, que efetivamente nunca entrou nos gramados, mas que serviu como base para a fundação do atual clube, visto suas reuniões no Café da galeria Pirapitingui e no escritório da família de portugueses Meca.

Cabe dizer que são notórios os exemplos na história do futebol de clubes que estiveram por um tempo com suas atividades encerradas e que posteriormente voltaram à ativa, e nem por isso deixaram de ser o mesmo clube – ainda que juridicamente não o sejam. O mesmo vale para casos de fusões e refundações.

(Fiorentina, Botafogo, Criciúma, Desportiva, Operário – MT, Paulista, Juventude, Cascavel, Santo André, São José, Peñarol, Londrina, Icasa, Rio Branco, São Cristóvão, Napoli, Palermo, Concórdia, Iguaçu/Foz do Iguaçu, Maringá, Cabofriense/Cabo Frio, Sinop, Porto Alegre/Itaperuna, Limoeiro, Tiradentes, Ituano, Marília)...

Enfim, como dito no início do artigo, em 16 de dezembro de 1935 se erguia novamente o São Paulo Futebol Clube. Depois de superar tantos empecilhos e passar por tantas ressurreições o clube recebeu o apelido de: "Clube da Fé".

O São Paulo Futebol Clube, parte II: o Retorno.

Ao visto, todas as dificuldades do mundo não seriam capazes de impedir o que o São Paulo se tornou hoje. Mas olha, atrapalharam bastante, viu. Os craques como Friedenreich e Araken Patuska haviam deixado o time. Houve a necessidade de se buscar jogadores de lugares distantes (mais propriamente do Paraná), como King e Segoa – tarefa pessoalmente desempenhada pelo presidente e pelo primeiro técnico, Armando Del Debbio.

Até mesmo nas vésperas de sua primeira partida novos problemas: uma festa oficial (era aniversário da capital) proibia manifestações públicas, mas o grande Porphyrio – sempre ele - foi à luta e conseguiu uma autorização do secretário Cantídio Campos, para que o time pudesse enfrentar a Portuguesa Santista.

Os primeiros anos foram difíceis, mas foram poucos assim. O restante da história os são-paulinos bem conhecem, e os não-são paulinos reconhecem – as vitórias e os títulos.


8 comentários:

  1. Lugar nenhum, eu que fiz. As fontes estão na lateral direita do site, no canto negro, embaixo (Fontes de Consulta).

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  2. Que raiva da viu ver um único assunto nesse blog não tem como uma coisa puxa a outra, PARABÉNS pelo blog você deveria ser homenagiado pelo São Paulo Futebol clube por manter essa história tão bonita do nosso time PARABÉNS mais uma vez.

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  3. michael, deixa eu ver se entendi...

    o CR Tietê se fundiu com o SPFC em 1935 formando o Tietê-São Paulo!
    esse Tietê-São Paulo depois dessa fusão não participa em mais nada na história da refundação do SPFC??
    o Tietê-São Paulo tem sua história ki dura até 1940 quando passa a se chamar outra vez CR Tietê ??? nada mais que isso??

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  4. Não participa em mais nada. Houve algumas reuniões na sede do prefeito Fábio Prado até, para tentar se criar um departamento de futebol no Tietê-São Paulo, mas não deu certo. O Tietê-São Paulo seguiu seu rumo...

    Não sei bem quando, eles doaram tudo o que tinham do SPFC antigo pro SPFC atual. Na verdade pra alguns dirigentes, o material ainda não se encontra no clube. Enfim...

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  5. Ah e sim, volta a se chamar CR Tietê em 1940.

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  6. ah ta, tendi Michael. VALEU !!
    eu pensava ki o Independente surgiu do Tietê-São Paulo, e mais tarde passaria a ser o CA São Paulo. heheh
    mas ta valendo, agora entendi toda história do SPFC. BRIGADÃO MAIS UMA VEZ !!! ;DD

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  7. Tem um livro da FPF que diz isso, essa primeira parte. Mas essa informação parece incorreta. Nunca encontrei nada aqui, ou indicio algum, sobre isso.

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